domingo, 24 de janeiro de 2010

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010, PROSPERIDADE E A SUZUKI

Antes: Às dez e pouco da manhã do sábado isso era o rascunho de um e-mail para amigos. Dez minutos depois, tinha virado um aborto e hoje se converteu em um (raro) texto deste blog. Seja como for, o público leitor é o mesmo. Voltemos a programação normal.

É o segundo dia de 2010, certo? Ok. Agora são 10 e pouco da manhã e espero meio impacientemente o texto ser devolvido para poder voltar para casa. Descansar? É... não.

Lógico. Não me refiro ao auge do dia.

Foi no começo da manhã, digo umas seis, seis e pouco. Os minutos foram se estendendo até se transformarem em vários minutos e em horas.

Eu tava de pé. Na batente da porta, sem cartão. Diga-se, tudo feito meio de caso pensado. Já tinha percebido que estava sem cartão antes de chegar aqui. Poderia ter voltado para casa para pegá-lo? Sim, então guarde sua pena para quem seja merecedor.

Achei que alguém faria a gentileza de abrir a porta antes das seis, mas nesse horário só eu e o amigo Ogrão no prédio (não me prolongarei descrevendo o papo maneiro que bati com o nosso querido e articulado porteiro).

Cheguei a dizer que antes eu já tinha tomado uma chuva nada esquema e que antes ainda eu tinha saído de casa com meia-hora de antecedência porque o relógio da sala inexplicavelmente se adiantou (pegadinha involuntária)?

Às sete alguém chegou, eu tava até seco, então ponto positivo. Já tinha lido todos os jornais, então outros ponto positivo. Digo, todos menos o Globo.

A matéria mais importante saiu no Globo, óbvio. O texto saiu com três laudas, óbvio, porque além de tudo, óbvio, rolou um editorial nada estratégico.

Texto pronto. Ótimo. Quinze minutos antes do deadline.Ha! Ha?

Sentimentos pouco familiares de conforto e alívio murcharam rapidinho, assim que o computador pediu arrego sem que o texto estivesse salvo.

Fiquei puto. Do tipo: fique-tão-puto-que-a-única-pessoa-que-compartilhava-o-ambiente-comigo-só-teve-tempo-de-se-esconder-atrás-da-tela-do-computador-e-rezar-pelo-melhor.

Ok. Tudo de novo. Bate de tecla em tecla de forma obsessiva e obstinada, como se terminar essa parada fosse a única coisa que separasse a realização plena do fracasso total e retumbante.

Pronto. Com atraso. Bastante. E a espera para ele voltar editado? Aposto que bato recorde hoje.


Ah, mas você pergunta? E em sua casa? Uma pilha de matérias (mentira, duas pilhas) esperando ansiosamente para ser lida. Essa balada promete, dizia uma colega.

Mas acalme-se, filhote. Esse não é mais um daqueles textos destinados a provar que ninguém é mais brother do azar do que quem vos escreve.

Não, aqui não se defende o fetiche botafoguense do "ah, algumas coisas só acontecem comigo mesmo. puxa. urra. puxa"

Pelo contrário, triunfo seria atingir um número maior do que um de pessoas que se familiarizem. Mas falta algo e não sei o quê.

Então, foquemos no lado positivo. Se começou tão mal, tem que terminar bem. Equilíbrio sabe? Tudo bem, não acredito nisso.

Mas, vá lá, quem reclamaria? Suzuki mirando atentamente. Uns dias antes do fim do ano. Diz algo como ei você. isso, seu nome. gostei. isso. lógico. a hora que você quiser.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

FOLHA NOSSA (2)

Último dia do ano e o sujeito ali, trancafiado em uma redação, cercado por mesas vazias, cadeiras desocupadas e computadores desligados. Àquela altura você roga por silêncio e recebe barulho. Pior da festa alheia.

Fosse na Paulista, o clima seria de preparativos para a São Silvestre, conforme o horário. Depois, que seja dada a largada. E mais tarde, delírio, sobe o som do seu Reveillón paulistano embalado pelo trio do KLB.

Quer dizer, isso em São Paulo. Na Inglaterra, nem imagino. Mas poderia chutar que trabalhar no último dia do ano tem o mesmo nível de emoção em qualquer ponto do globo.

É movido por esse sentimento tão belo e inspirador que o sujeito, ali contemplando uma tela de Word, se força a voltar ao tempo de Faculdade e todo o falatório sobre boas práticas do jornalismo. Ele resgata detalhes e se fixa por alguns instantes na questão do direto de resposta. Sim, Técnicas de Jornalismo I, lá trás.

O alvo era o italiano Carlo Ancelotti, treinador do Chelsea. Confira comigo no replay a declaração que o sujeito, em pleno 31 de dezembro, jura que alguém que não se chama Vanderlei Luxemburgo fez - o francês Arsene Wenger, Arsenal, no caso.

"[Chelsea]will drop points and steadily implode over the remainder of the season and sack you in the summer. If not before …"

http://www.guardian.co.uk/football/2009/dec/31/carlo-ancelotti-arsene-wenger-spat