segunda-feira, 21 de junho de 2010

DOS FINS E RECOMEÇOS DA VIDA

Um dos meus momentos preferidos de "Encontros e Desencontros" é a cena final, quando o o casal de protagonistas tem de se despedir e o personagem de Bill Murray deixa Tokio para voltar para sua casa.

Enquanto conviveram em um improvável Japão, os dois personagens parecem ter achado um caminho menos melancólico para suas vidas e se divertido como provavelmente não se divertiam há tempos. Mas dura pouco. No momento certo, eles retornam para as próprias vidas. A despedida ocorre em uma das ruas de Tokio. Há certo mistério: algo é dito entre os personagens e, embora não se saiba o quê, sempre achei que teria que ser algo inteligente - e engraçado.

Semana passada fui à despedida de uma amiga. Me encontrei com outros amigos, conversamos, rimos, mas não foi menos duro dizer "tchau" para uma pessoa com a qual eu me importo, que faz parte de minhas lembranças e que eu não tinha qualquer intenção de me despedir.

Ela foi atrás de novas oportunidades, de melhores condições, de mais conhecimento e de outros desafios. Essa amiga é inteligente, divertida e tem um jeitinho e um carisma que são dela e de mais ninguém, o que me faz ter certeza de que ela tomou a decisão certa e de que vai se sair muito bem.

Nossa despedida foi agradável, conversamos, mas, ironia, eu não me lembro exatamente o que foi dito. Talvez tenha feito alguma piadinhas e dito algo engraçado, mas duvido que falei algo inteligente, como eu gostaria e como acredito ter feito o personagem de Bill Murray.

***

A lição é de que a vida é feita de começos, fins e recomeços. Pessoas vêm e vão, deixando experiências, histórias e um bocado de saudades. Eu sentirei falta de nossas conversas, de nossas risadas e de nossos silêncios. Vou sentir por saber que ela não está a alguns ramais de distância de mim e por um mais um monte de outras coisas.

Talvez sejam momentos como esse que nos fazem amadurecer e perceber que, como mostra "Encontros e Desencontros", algumas vezes, as coisas são como são e não há como reverter isso. Pois, o tempo passará, eu e ela cresceremos, teremos novas históras para contar e novas experiências de vida. Seremos diferentes, nossos objetivos mudarão, assim como os gostos, mas os motivos que nos fizeram amigos continuarão lá, intactos. Quem sabe, quando menos se espera, eu e ela nos reencontremos em algum caminho da vida? Eu espero que sim :)

terça-feira, 15 de junho de 2010