quinta-feira, 19 de agosto de 2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

NA CIDADE REFÚGIO

Daí que quinta-feira sai mais tarde do trabalho e pela segunda vez na semana enfrentei o trânsito de fim de tarde para chegar em casa. Até aí tudo normal se eu não morasse numa cidade refúgio cuja única razão de existir é garantir abrigo para aqueles dispostos a escapar dos problemas paulistanos.

Vão-se 20 anos desde a mudança. De lá para cá, aumentaram os carros em circulação, brotaram prédios e condomínios, a poluição se mesclou ao ambiente e alguém achou que seria bacana ostentar o recorde de McDonald's por metro quadrado.

Minha sensação é que o sujeito resolve fugir de São Paulo, compra uma casa com piscina, cinco quartos e uma vista de novela da Globo. E com a mesma rapidez com que se decide por deixar SP, enjoa da rotina de tranquilidade, põe na cabeça que bateu a saudade e resolve trazer para perto aqueles elementos tão familiares.

É irônico. Se o objetivo é simular São Paulo esqueceram de muitas coisas. Na lista rápida: o Belas Artes, a Boaçava, o Tubaína a Comix, o estádio do Morumbi, os parques públicos, o centro, os bares da Augusta, a feira da Benedito Calixto, o sebo da Vila Madalena, o HQMix, a pastelaria da Liberdade, as cantinas italianas e os japas da Augusta.