domingo, 23 de dezembro de 2012

Corinthians U.K.

À semelhança de uma manhã chuvosa tipicamente britânica, o bairro londrino de Tolworth, a menos de 30 minutos do bairro de Chelsea, acordou num monocromático preto e branco no domingo, 16, dia do Mundial de Clubes.

Lá, fica a sede do Corinthian Casuals, time que serviu de base para a criação do Sport Club Corinthians Paulista, em 1910.

Hoje participando da oitava divisão do campeonato inglês - destinada a equipes amadoras -, o Corinthian mantém uma relação paternal com o Corinthians Paulista.

Assim, quando soou o apito final em Yokohama, no Japão, o clube inglês comemorou não só a derrota dos vizinhos, como também o sucesso de seu co-irmão brasileira (ou de sua franquia paulista, como algumas vezes se referem ao Corinthians).

Rob Cavallini, 36, diretor de comunicação do Casuals que passou uma temporada no Brasil para acompanhar o Corinthians mais de perto no ano do Centenário, desembarcou no Japão para acompanhar a conquista do primeiro título mundial do alvinegro há poucos dias da estreia com o Al-Ahly.

Juntou-se a horda de torcedores que vieram acompanhar o time na Ásia - a depender do entusiasmo e preferência clubística de quem cita o dado, as estimativas variam entre 15 mil ou em torno de 30 mil pessoas no Japão.

“Estamos muito orgulhosos do clube. O Mundial é um prêmio merecido após a transformação a que o Corinthians foi submetido desde a queda para a Série B [do Campeonato Brasileiro, em 2007]”.

Entre os clubes, praticamente não há afinidade desde 2010 quando o Corinthians resolveu cancelar amistoso com os ingleses em cima da hora. Os torcedores mantiveram o vínculo.

“Existe amizade. Acolhemos corinthianos que estão de passagem pela Europa e tentamos fazê-los se sentirem confortáveis. Recebemos recentemente torcedores da torcida organizada que iriam para o Japão - quinze membros da torcida nos visitaram na sexta retrasada”.

A presença dos brasileiros na competição trouxe dividendos midiáticos para o xará inglês: “Estamos recebendo atenção massiva da imprensa”. Ainda assim, afirma Cavallini, o Corinthians é pouco conhecido na Europa.

“Não há interesse em futebol jogado fora do continente - infelizmente, na minha opinião os campeonatos disputados no Brasil estão entre os mais interessantes do mundo”.

Com o desempenho hesitante do Chelsea na primeira metade do Campeonato Inglês o Casuals decidiu não promover nenhum evento especial durante a final do Mundial. Se o Chelsea não passasse do Monterrey, não haveria transmissão da final na Inglaterra.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A Mulher do Próximo

O que aprendemos com a leitura de "A Mulher do Próximo", de Gay Talese?

  •  Até a década de 60, a venda de livros considerados "obscenos" era crime nos Estados Unidos. Ler a revista "Nova" em público nem pensar, creio.

  • Hugh Hefner foi diagnosticado como um gênio (Q.I. 150), emocionalmente deficiente e socialmente imaturo quando criança. Após uma série de empregos frustrantes, pagou US$ 500 por uma fotografia em cores de Marilin Monroe nua e, aos 27 anos, lançou o primeiro número da "Playboy".

  • Casas de massagem ilegais obrigavam seus clientes a se despirem antes do início do serviço. Como se acreditava na época, um policial à paisana não daria voz de prisão se estivesse nu.

  • Casado e pai de dois filhos, John Bullaro conheceu a primeira amante aos 30. Os romances extraconjugais se prolongaram de tal maneira que levaram a sua introdução ao clube de amor livre Sandstone. Notando como Bullaro se divertia, numa ocasião, o dono do clube tomou a liberdade de entrar em contato e extender o convite a mulher dele #Oioioi

  • Principal nome no "New Journalism", Gay Talese passou quase dez anos entre o trabalho de pesquisa e a publicação do livro. Trabalhou como gerente em mais de uma casa de massagem e morou no clube Sandstone por alguns meses, usufruindo dos benefícios que ambos ofereciam.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Um jornalista intrépido no pedaço

Passar pela Rua 25 de Março durante o Feriado da Proclamação da República é uma ótima oportunidade para vendedores de tapetes, sertanejos buscando um lugar ao sol e, claro, consumidores mil.

Só não é uma boa para o jornalista intrépido munido de meia dúzia de perguntas.

Paulistas apressados peregrinavam em busca dos presentes de familiares. Quando o relógio anunciava a chegada do meio-dia, o jornalista arrecadara saldo invejável:

Quatro pares de sobrancelhas incrédulas quanto à idoneidade do jornalista; uma mulher de idade avançada balançado ao som de uma loja de eletroeletrônicos; uma lojista sádica declarando que "nossa, uma repórter do mesmo jornal fez pergunta igual ontem hihi"; inúmeras groupies venerando a virilidade do jornalista intrépido.

(um dos itens é ficcional).

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1187694-consumidor-lota-a-25-de-marco-em-sp-para-antecipar-as-compras-de-natal.shtml