quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Nosso podcast

Numa entrevista semana passada, David Luiz disse que nenhum jogador brasileiro teria que responder críticas se a Copa tivesse terminado nas quartas de final (bom, também não teria campeão, fera). 
O Marcelo Jabbour e o Homsi falaram sobre Corinthians e Santos, Vandeco Luxemburgo e histórias pessoais hilárias. E, em vez de uma Copa terminando nas quartas, também imaginamos um Brasil X Alemanha eterno. Obrigado, pela iluminação David L.

terça-feira, 24 de junho de 2014

De Copa do Mundo


Dava para identificar no metrô cada um dos torcedores a caminho da Arena Pernambuco. Encaixotados em composições do metrô recifense, italianos e brasileiros, alguns vestindo a camisa do Palmeiras, a maioria de azul, miravam um painel eletrônico com atenção para não perder a estação mais próxima da Arena Pernambuco, Cosme e Damião.

O bilhete, que seria de graça na apresentação do ingresso, acabou vendido a R$ 5,90 com direito a passagem de ida e de volta da Arena Pernambuco, estádio construído em São Lourenço da Mata, uma espécie de Barueri recifense por sua localização.

Mas o bilhete não era gratuito? “E você acha que a Grande Recife perderia a oportunidade de cobrar uma tarifa?”, respondeu, com ironia, o responsável pela organização da fila de compra após um BATALHÃO de perguntas e de cobranças sobre a tal gratuidade.

Salgados mesmo eram os preços dentro do estádio: um saco de pipocas a R$ 10 e alguns milímetros de refrigerante ou cerveja servidos em copos cheio de logomarcas de patrocinadores da competição a até R$ 13 - por algum  motivo teve gente colecionando o objeto e, na saída do estádio, avistei alguns equilibrando torres de copos empilhados.

Eu e os demais torcedores vindos do metrô chegamos em cima do horário, com o estádio praticamente preenchido por torcedores de Costa Rica e por brasileiros. Italianos, em uma DIGNA minoria, pareciam posicionados em pontos esparsos do estádio, sem comunicação uns com os outros.

À minha esquerda, um pernambucano dizia ter esgotado a cota de sete ingressos permitida pela responsável pelo evento. Eu mesmo aproveitaria a viagem para assistir Alemanha e Gana em Fortaleza no dia seguinte. No total, uma fatia de 1,4 milhão dos quase 3 milhões de ingressos estavam na mão de brasileiros. Muitos, neutros em relação às seleções que veriam ou, ao menos, sem torcida definida até o pontapé inicial.

A partida começou equilibrada. A Itália, que vinha de vitória contra a Inglaterra, apostava em passes nas costas da defesa em busca de Mario Balotelli. Em uma das poucas ocasiões em que a aposta surtiu efeito, Balotelli dominou com a categoria de Alessandro Del Piero e chutou com a canela de Pierlugi Casiraghi. Los Ticos, que já levavam perigo nos contragolpes, chegaram a GLÓRIA a dois minutos do fim do primeiro tempo com um cabeçasso de Bryan Ruiz sozinho na segunda trave.

“Viraram casaca?”

Uma fileira à minha frente, um par de brasileiros voltava do intervalo com três ou quatro copos um em cima do outro com a logomarca dos patrocinadores da Copa e camisa da Costa Rica sobre o corpo. “Troquei a camisa com esse cara”, explicou um deles apontando para uma fotografia no visor do celular para outros torcedores. A esta altura, os brasileiros não mais escondiam a simpatia pela seleção menor e a torcida da Costa Rica ganhava massa de minuto em minuto.

Na saída do jogo, inclusive, porções de brasileiros se misturaram aos costarriquinhos ainda dentro do estádio para comemorar a INESPERADA classificação no Grupo da Morte com Si, se puede; Y donde estan, Y donde estan los italianos que nos iban a ganhar;e INTERMINÁVEIS gritos Ole, ole, ole,  ola Ticos, ticos.

Dov’é la vittoria?
A principal prejudicada pelo resultado foi a Inglaterra, que precisava de uma vitória da Itália para continuar com chances de classificação. A Itália dificultou a própria situação e precisa, ao menos de um empate no confronto com a Celeste de Luis Suárez e Diego Lugano para ficar com a segunda vaga do grupo. Em 1982, os italianos avançaram pela primeira fase de grupo com incríveis três empates – a tragédia do Sarriá aconteceu mais para frente, na segunda fase de grupos.

A minha opinião? Bota o Catenaccio, Azzurra.

“EEEEEEE....PUTO”
A cota de mexicanos saudando os goleiros, um tiro de meta por vez, foi muito bem preenchida em Recife.

“Prandelli, pone il Cazza-Rato!”
O melhor do Brasil são os brasileiros.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

A Fagulha do Craque

O Ministério dos Esporte vem divulgando 40 crônicas assinadas por Nelson Rodrigues e publicadas originalmente no intervalo entre as Copas de 58, 62,66,70 e 74.

É justamente o período em que o Brasil se transformou no maior vencedor de Copas e venceu a síndrome de vira-lata (provavelmente nunca por completo, a Copa de 50 nunca vai deixar o imaginário coletivo), o que produziu textos interessantes.

Entre vários trechos, destaco a genialidade do Garrincha:


"Em 58, o escrete ainda embarcou desconfiado. Mas já uma dúvida instalava-se em nosso espírito. O sujeito já não sabia se era ou não uma besta chapada ou, na melhor das hipóteses, uma semibesta. A campanha de 58 viria clarificar o problema. Chegamos na Suécia, ainda perplexos. Vencemos a Áustria e empatamos com a Inglaterra. Vem, finalmente, o jogo com a Rússia. Eu vou dizer o momento exato em que se inaugurou o verdadeiro Brasil. Foi após o hino nacional brasileiro. Os jogadores ainda estavam perfilados e trêmulos. A Rússia seria uma prova crucial. Mais do que nunca dava em cada jogador o dilema: — “Ser uma besta ou não ser
uma besta?” E, então, soou, naquele escrete contraído, a voz de Garrincha. Com a sua candura triunfal, dizia o Mané para o Nilton Santos:
— Aquele bandeirinha tem a cara do ‘seu’ Carlito!"


Ps. Todas as 40 crônicas aqui:
http://www.ediouro.com.br/lancamentosdenelsonrodrigues/livros/ImagePatriaDeChuteiras%20em%20Baixa.pdf

sábado, 15 de março de 2014

Setlist do coletivo

"Mas tudo passa. Tudo passa".
...Com exceção do ônibus para minha casa às 19 horas.

O desafio é montar uma lista com quatro ou cinco músicas que remetam ao ritual de retornar para casa.Saigon, do Emilio Santiago, não vale.

Nessa Bumba eu Não Ando Mais - Uma pesquisa recente apontou que o paulistano demora 40 minutos para se locomover de casa até o trabalho. Ou seja, sou um homem bem acima da média.
Um dia vocês aprenderiam que as coisas que minha mãe fala tem sentido.
(Ninguém captou o zeitgest do ônibus como o grupo Virgulóides).

Dança do Maxixe - É um homem no meio e duas mulheres fazendo um sanduíche.
Sim, é um ônibus lotado durante a curva.

The End has no End - Sabe o que mais não tem fim? o percurso do ônibus (principalmente quando você desce no ponto final).

Nirvana - Você sabe que precisa descer do trem e quem está fora também sabe. Quem está fora, sabe que você precisa descer do trem, mas quer entrar elegantemente por cima de sua cabeça.
Recomendado para a estação Pinheiros.

505 - Quem enfrenta a rotina do transporte público se identifica com a letra.
Se numa viagem de 7 horas (caminho normal para o trabalho) ou de 45 minutos (caminho normal para o trabalho só que durante as férias escolares) tudo que você quer é ser recepcionado por uma moça sorridente ao chegar em casa.
Um prato de feijão quente também é legal.

Bônus track - É o Tchan, Marcelo Janeci e outra música que agora me escapa