domingo, 29 de maio de 2016

Cruyff, 68

"Esse Pelé é bom, mas meu pai disse que tinha um holandês melhor. Só que depois da Copa de 1974 ele sumiu. Sei lá. Teve um acidente".

Foi a primeira vez que ouvi falar do Johan Cruyff, apesar de ele não ter nome e sequer estar entre nós nesse universo do pai do meu amigo.

O ano desse diálogo se perdeu, mas foi naquela época entre seis, sete anos de idade em que qualquer coisa dita por adulto e principalmente por pai de amigo era verdade.

Eram outros tempos, como se espera que fossem. A Holanda massacrou o Brasil na Alemanha e seguiu até a final, quando foi derrotada pela anfitriã, mas ganhou o mundo pela qualidade do futebol que apresentou.

Foi a única participação do Cruyff em Copa do Mundo - o Cruyff jogou o mesmo número de copas que o Julio Baptista. Ele seguiu defendendo a seleção até o último jogo da eliminatória de 1978 e ninguém sabe exatamente o motivo para ter decidido não disputar a Copa da Argentina.

Tem quem diga que foi um protesto contra a ditadura do general Videla. Tem quem coloque na conta dos bastidores de 1974, quando ele foi flagrado com uma amante às vésperas da final.

Entre um e outro, vocês decidem. Eu queria que todo mundo soubesse como o Cruyff foi gênio dentro e fora do campo.

Há dois anos, alguém perguntou e ele resolveu falar sobre a final da Copa de 74, quando a Holanda colocou uma mão na taça, mas ficou no quase: "Talvez nós sejamos os verdadeiros campeões. O mundo se lembra mais do nosso time do que do alemão."


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